Caracterização da Sala

Organização do Espaço


        A Sala das Rosas (sala dos 2 anos e meio) é uma das salas que compõem o infantário “As Primaveras” e está situada no primeiro andar da casa-mãe.
        No lado direito à porta da entrada da Sala das Rosas, existe um placard com várias informações expostas nomeadamente, a rotina da sala, o horário do pessoal docente e não docente, entre outros. Verificámos que a Sala das Rosas é ampla e arejada, contribuindo assim para o bem-estar de todos os que a frequentam. A sala possui duas janelas e quatro portas. Uma das portas encontra-se vedada com uma varanda, duas possuem acesso ao interior/exterior e uma delas faz a ligação às casas de banho e ao refeitório. As casas de banho encontram-se mesmo ao lado da sala, e no fim do corredor temos acesso ao refeitório (ver vídeo 2, fig. 7).

       À entrada da sala encontra-se do lado esquerdo uma planificação mensal bem como as competências, e um esquema acerca do tema “ciclo da água”. Existe também um painel na área da biblioteca, onde são colocadas as informações importantes, acerca da alimentação, do sono, das defecções e "recados para os pais".
        A sala encontra-se decorada com trabalhos feitos pelas crianças, cartazes de informação e materiais de diversas cores, o que a torna atraente do ponto de vista estético (ver vídeo 2, fig. 8). O educador tenta modificar constantemente a decoração da sala existindo sempre espaço para produções realizadas pelas crianças, assim “um ambiente bem pensado promove o progresso das crianças em termos de desenvolvimento físico, comunicação, competências cognitivas e interacções sociais” (Hohmann & Post, 2003, p.101).
         Segundo as Orientações Curriculares (1997), a forma como o espaço está disposto condiciona, em grande medida, o que as crianças podem fazer e aprender. É no espaço físico e na relação que a criança estabelece com este e com os materiais, que vai realizando descobertas e adquirindo conhecimentos. E ainda segundo Gesell (2000), na idade dos 2 anos e meio, é de máxima importância a organização do ambiente. “Porque a sala deve ser um ambiente de vida, é fundamental que projecte um ambiente acolhedor em que as crianças se sintam bem” (Marchão, 2003, p.16).

       A sala de actividades está organizada em áreas de acordo com as necessidades e evolução das crianças. “Organizar a sala em áreas é, então muito importante pois favorece a movimentação das crianças e a sua participação em actividade que venham ao encontro dos seus interesses” (Kramer, 1997, p. 76).
       A Sala das Rosas encontra-se dividida em várias áreas: área de jogo simbólico onde as crianças podem usufruir da casinha das bonecas (ver vídeo 2, fig. 9) ; a área da expressão plástica (desenho, recorte e colagem modelagem e pintura); a área da biblioteca e dos jogos; a área da higiene (ver vídeo 2, fig.10); área da garagem; a área do tapete (ver vídeo 2, fig.11) que está situada num canto da sala junto à parede e destina-se à reunião e acolhimento do grande grupo, servindo também para espaço de comunicação, reflexão sobre os temas a serem desenvolvidos.



 Vídeo 2 - Fotos de algumas áreas da Sala das Rosas

        A “montagem e o sucesso dos cantinhos em dar condições para aumento das brincadeiras infantis depende do educador observar a maneira como as crianças ocupam e utilizam os espaços, modificando-os em função dos interesses das crianças” (Oliveira et al., 1993, p.84). Durante o tempo de observação, pudemos concluir que todas as áreas eram usufruídas consoante os interesses de cada criança (ver planta da sala, fig. 12).




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Fig. 12 - Planta da Sala das Rosas

        Numa das paredes da sala, mais concretamente na área do tapete estão expostos os dias de aniversário de cada criança e os seus trabalhinhos. Observamos que na sala existe um mapa para observação do tempo e o seu registo, o que permite à criança adquirir conhecimentos de meteorologia, assim como a construção gradual da noção de tempo.
        A exposição dos trabalhos das crianças é flexível, pois educador altera a decoração consoante o tema que for trabalhado. Há o cuidado de expor as produções realizadas pelas crianças. Este foi um facto que pudemos observar, pois todas as vezes que lá fomos os trabalhinhos expostos eram diferentes.


Recursos Materiais

       Todos os materiais existentes bem como o modo que estão dispostos, obedecem a um critério adoptado pelo educador. Estes têm como finalidades educativas, propiciar a auto-estima; a autonomia; a concentração; a criatividade; a atenção e a coordenação, potencializando assim o desenvolvimento das crianças.

       Através da nossa observação pudemos constatar que a sala tem mobiliário adequado para as crianças, contém uma mesa circular e cadeiras de pequenas dimensões. Tem ainda mobiliário da casinha das bonecas; uma mesa pequena e redonda; quatro cadeiras; uma cómoda com gavetas; um armário; uma cama com bonecas; uma tábua de engomar; um fogão em madeira. Tem vários brinquedos, entre os quais vários carrinhos na área da garagem.

       A sala dispõe ainda de dois armários de grandes dimensões. Um deles serve para arrumar todo o material para actividades manuais e outros utensílios que não podem estar ao alcance das crianças. No outro estão guardados os trabalhinhos das crianças em várias prateleiras, cada criança tem uma prateleira com os seus trabalhos (ver fig. 13).

Fig. 13 - Armários /Área da expressão Plástica
 


        Existe outro armário também com prateleiras (área da biblioteca e dos jogos), onde estão os livros, um rádio, os jogos, puzzles, para as crianças utilizarem autonomamente (ver fig. 14). De salientar que nesta área encontram-se os materiais expostos, contudo para lerem os livros ou jogarem os jogos as crianças dirigem-se ao tapete ou então sentam-se na mesa redonda que se encontra no meio da sala.



Fig. 14 - Armário - Área da Biblioteca


        “O conhecimento não provém, nem dos objectos, nem da criança, mas sim das interacções entre a criança e os objectos” (Piaget, cit. por Hohmann & Weikart, 2003, p.19). No nosso ponto de vista, esta é uma sala adequada para o desenvolvimento adequado e harmonioso das crianças, pois está bem organizada e é muito rica a nível de materiais didácticos.

Organização do Tempo – Rotina


        Dentro das linhas teóricas que servem de base ao modelo High/Scope está a de que cada educador constrói uma rotina diária, de forma a promover actividades educativas diferenciadas, além das que surgem naturalmente.

         A distribuição do tempo educativo da Sala das Rosas faz-se de modo flexível, correspondendo a momentos que se repetem com certa periodicidade, dando origem à sua rotina educativa.

      A rotina assume um papel bastante relevante no desenvolvimento das competências cognitivas, sociais e pessoais da criança, uma vez que a sua estabilidade e consistência promovem uma previsibilidade, que predispõe a criança para novas aprendizagens e além disto proporciona “muitas oportunidades para seguir e expandir os seus próprios interesses” (Hohmann & Weikart, 2007, p. 227).
        A previsibilidade dos diferentes momentos da rotina contribui principalmente para a própria segurança da criança, porque ao saber o que a espera em cada parte do dia, esta adquire um sentimento de segurança e estabilidade, podendo organizar o tempo e as suas actividades de uma forma autónoma.


        Assim sendo, a rotina deverá respeitar as crianças, as suas necessidades, ideias, e pensamentos, encorajando-as a agir num ambiente saudável e feliz, facultando-lhes variadas experiências e aprendizagens enriquecedoras e indispensáveis à felicidade de qualquer ser humano.





Recursos Humanos


        A sala das Rosas é composta por um educador e duas auxiliares de acção educativa.



Bibliografia

Gesell, Arnold (2000). A criança dos 0 aos 5 anos. Lisboa: Publicações Dom Quixote.



Hohmann, M. & Weikart, D. P. (2007). Educar a Criança. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.



Kramer, Sonia (1997). Com a Pré-Escola nas mãos. São Paulo: Editora Ática.



Marchão, A. (2003). Práticas educativas na creche. Lisboa: Cadernos de Educação de Infância, nº66.



Ministério da Educação/Departamento de Educação Básica (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar. Lisboa: M.E/DEB – DEPE.



Oliveira, Z. et al. (1993). Creches: Crianças, Faz-de-Conta &Cia. 8ª Edição. Brasil/Petrópolis: Editora Vozes.



Post, J. & Hohmann, M. (2007). Educação de Bebés em Infantários, Cuidados e Primeiras Aprendizagens. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Agradecimentos

Agradecemos a todos os que colaboraram para que esta publicação se tornasse possível, nomeadamente à professora Guida Mendes, ao educador Ricardo Jorge, à directora da Instituição, e claro às crianças, pois afinal foram elas as principais protagonistas desta publicação.

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